
Dias 7 e 8 de Agosto ocorreu o 1º Vagos Open Air
em Calvão, uma localidade perto de Vagos. O local escolhido para o
evento foi dentro do recinto do campo de futebol, em terra batida, do
Grupo Desportivo do Calvão, bem perto da lagoa.
O parque de campismo - se se pode chamar assim ao espaço que antecedia a entrada para o campo de futebol - era de espaço suficiente para albergar o pessoal que resolveu por lá pernoitar, embora, não sendo o terreno completamente a direito, pelo menos tinha muitas árvores a darem alguma sombra.
A destacar logo no primeiro dia um ponto positivo para a organização: os horários iriam ser cumpridos à risca. E mesmo antes de começarem os concertos, segundo ponto positivo: os finos/imperiais a um euro.
O parque de campismo - se se pode chamar assim ao espaço que antecedia a entrada para o campo de futebol - era de espaço suficiente para albergar o pessoal que resolveu por lá pernoitar, embora, não sendo o terreno completamente a direito, pelo menos tinha muitas árvores a darem alguma sombra.
A destacar logo no primeiro dia um ponto positivo para a organização: os horários iriam ser cumpridos à risca. E mesmo antes de começarem os concertos, segundo ponto positivo: os finos/imperiais a um euro.
1º dia -


Process of Guilt - Não sei se foi do técnico de som, se do Bruno de Firstborn ter dado uma mãozinha antes do concerto desta rapaziada começar, mas no final da noite fiquei com a sensação que eles tiveram o melhor som do primeiro dia. A prestação de uma das melhores - se não a melhor - de doom metal nacional da actualidade estiveram muito bem em palco e tocaram principalmente músicas do ultimo album "Erosion".


Epica - Já com o público mais composto e a aproximar-se a hora do pôr do Sol, entrou em palco esta banda de symphonic power/gothic metal holandesa, liderada pela bonita e simpática Simone e pelo guitarrista Mark Jansen, deram um bom concerto em que faixas como "Menace of Vanity", "Cry for The Moon", "Quietus", "Solitary Ground", "Blank Infinity", "Sensorium" "Fools of Damnation" e "Consign to Oblivion" (a fechar) passearam pelos ouvidos de quem assistia. Ainda se teve direito pelo meio a uma cover da "Marcha Imperial" do filme "Star Wars". O som esteve bom.


The Gathering - A vocalista substituta da lendária Anneke não comprometeu em nada o passado (e a prestação ao vivo) desta banda que agora pratica um som mais de rock atmosférico do que de metal, já que o timbre de voz é similar ao da Anneke. O som voltou a estar melhor que em Katatonia, e a viagem musical começou com "When Trust Becomes Sound" e foi-se espraiando até ao encerramento da actuação com temas como "On Most Surfaces", "A Constant Run", "Leaves", "Saturnine", "Travel", "The West Pole" entre outras. De referir que algumas músicas apresentam-se ligeiramente diferentes do que em album, o que é de louvar.
Acabados os concertos mais um ponto positivo para a organização, na barraca de merchandising colocada no cimo do campo de futebol, após os concertos assistiu-se a uma after-party para os noctivagos, com o Nelson da Loud a passar música.
2º dia
O entretenimento começou logo pela hora de almoço quando uma viatura com caixa aberta na parte de trás enfeitada com umas folhas enormes que me pareceram uns fetos, parou perto da entrada do recinto com alguns jovens (talvez da localidade, de alguma escola de música ou de alguma filarmónica) dentro da carroçaria a tocarem com instrumentos de sopro e bombo a música "A Mulher Gorda". Tocaram mais duas músicas de caracter folclórico e depois o carro arrancou ao som da música "Comer, comer" do Quim Barreiros a sair nos altifalantes. Estava dado o mote para uma tarde/noite excelentes.


Thee Orakle - O som de inicio não me pareceu assim muito bom mas com o desenrolar do concerto foi melhorando. E a voz da Mika é que não se encontrava nas melhores condições em relação a outros concertos vistos anteriormente. de resto a nível instrumental e do vozeirão do Pedrão estiveram com uma prestação aceitável, mostrando um à-vontade e uma alegria genuinas em estarem no Calvão a promoverem o seu album de estreia e a qualidade da sua música. De salientar que por duas vezes a vocalista pegou numa máquina fotográfica e tirou fotos ao público. A maioria dos temas tocados, foi pois, do "Metaphortime", album saído em Março último.


Cynic - Esta banda não é uma banda fácil de se ver ao vivo, principalmente num recinto aberto. A mestria técnica dos seus elementos fica melhor num sítio como a Casa da Cultura ou noutro recinto mais fechado e acolhedor, onde toda a viagem espacial e musical que estes senhores fornecem (e forneceram em Vagos) seja devidamente digerida, absorvida e apreciada. Ainda para mais tendo um baterista como o Sean Reinert, que é um prodígio com as baquetas nas mãos e os pés nos pedais dos bombos. Basicamente tocaram os dois albuns quase na integra, visto terem tempo de sobra para isso (alias, o Paul Masvidal - vocalista - até me pareceu um pouco precupado com esse facto mesmo perto do final). De salientar a humildade com que todos os elementos se apresentaram em palco, principalmente o Paul parecendo estar constantemente a pedir desculpa por estar a ser tão bem recebido.


Amon Amarth - Se Dark Tranquillity foi brilhante, Amon Amarth foi brutal. Se Dark Tranquillity levou o público à loucura, Amon Amarth levou-o a ter orgasmos. Som irrepreensível, multidão em delírio, interacção com o público com muitas palavras em português da parte do Johan. Começou com a "Twilight of the Thunder God" para dar logo o mote do que se esperava de um concerto destes senhores suecos, com S grande. Em seguida toda a mitologia nórdica desceu a Vagos e se imiscuiu por entre todos os mortais presentes aos saltos. "Guardians of Asgaard", "The Fate of Norns", "Pursuit of Vikings", "Valhalla Awaits Me", "Runes To My Memory" e, a finalizar depois de um "Bora lá Caralho" dito pelo Johan num português bastante bom e audível, "Death in Fire" deixaram claro que eram os Vickings que mandavam ali, naquela noite.
Após os concertos mais uma sessão de after-party na tenda do merchandising com mais uns clássicos passados pelo DJ de serviço Nelson.
Pontos negativos a apontar à organização. Casas de banho insuficientes na zona do campismo, para quem não pudesse entrar no campo de futebol antes de abrirem portas, e os chuveiros só estarem abertos até à uma da tarde. Se alguem adormecesse na tenda ficava porco o resto do dia. Pontos estes a rever para o ano, assim esperemos nós.
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Texto por: João "Burzum" Osório
Fotos por: Filipe "Mütiilator" Gomes